segunda-feira, novembro 13, 2006

Enquanto adolescentes,pensamos frequentemente que a morte não está perto,pensamos sempre que a morte atinge aqueles com uma idade já avançada, talvez porque ainda não a entendemos, ainda não sabemos ao certo o que é, mas nunca acreditamos que tal como qualquer pessoa, nós podemos também morrer,independentemente da idade.
Não é diariamente mas com alguma regularidade, maior do que a que eu gostaria, ouço, leio, que uma criança morreu, aliás, todos os dias morrem milhões de pessoas, entre elas crianças, mas mesmo assim,achamos sempre que a vida ainda é curta, que temos muito para viver.
A morte de facto assusta-me, mas quero viver com este medo, enquanto ele para mim significar o amor pela vida. Não sei o que é a morte, não entendo o porquê dela, não conheço a sua dor directamente,na medida em que a morte nunca atingiu ninguém que de mim fizesse parte,enquanto me conheço, mas já vi/senti essa dor em tantos olhos, que me faz temê-la,qual guerreiro esperando o inimigo.
É a tentativa de explicar a morte,que a torna num “bicho de sete cabeças”, talvez ao pensar nela nos esqueçamos que temos uma vida pela frente.
Enquanto existir vida e a morte for (ainda) algo possível mas não concreto,naquele momento,então lutar poderá ser a única alternativa,cansativa,mas melhor,certamente,do que estar sentado à espera “da vez”.
Por isso acreditem em fadas,acreditem em Deus,acreditem somente na vida,mas acreditem em qualquer coisa que vos dê força...em algo que vos permita vencer...e caso isso não aconteça...pelo menos não se desistiu !

Por todos aqueles que foram...mas que viveram e não existiram apenas!

4 Comments:

Blogger zaqueu said...

=)=)

Óptimo

segunda-feira, 13 novembro, 2006  
Blogger LaSardine said...

hmm fadas ? da floribella ? :p
estou a brincar meu amor :D
adoro ler os teus textos.. fico so com um bocadinho de inveja! a menina é LINDA!
beijinhos-das-calças-iguais-as-tuas! ;D

segunda-feira, 13 novembro, 2006  
Blogger Achadiça said...

O texto é brilhante, a forma cuidada. Como vês é simples Catharina. Deixo-te um presente sobre a vida, que inclui a inevitabilidade da morte.
Boas minhocas

Adeus Português

Nos teus olhos altamente perigosos
vigora ainda o mais rigoroso amor
a luz dos ombros pura e a sombra
duma angústia já purificada

Não tu não podias ficar presa comigo
à roda em que apodreço
apodrecemos
a esta pata ensanguentada que vacila
quase medita
e avança mugindo pelo túnel
de uma velha dor

Não podias ficar nesta cadeira
onde passo o dia burocrático
o dia-a-dia da miséria
que sobe aos olhos vem às mãos
aos sorrisos
ao amor mal soletrado
à estupidez ao desespero sem boca
ao medo perfilado
à alegria sonâmbula à vírgula maníaca
do modo funcionário de viver

Não podias ficar nesta casa comigo
em trânsito mortal até ao dia sórdido
canino
policial
até ao dia que não vem da promessa
puríssima da madrugada
mas da miséria de uma noite gerada
por um dia igual

Não podias ficar presa comigo
à pequena dor que cada um de nós
traz docemente pela mão
a esta pequena dor à portuguesa
tão mansa quase vegetal

Mas tu não mereces esta cidade não mereces
esta roda de náusea em que giramos
até à idiotia
esta pequena morte
e o seu minucioso e porco ritual
esta nossa razão absurda de ser

Não tu és da cidade aventureira
da cidade onde o amor encontra as suas ruas
e o cemitério ardente
da sua morte
tu és da cidade onde vives por um fio
de puro acaso
onde morres ou vives não de asfixia
mas às mãos de uma aventura de um comércio puro
sem a moeda falsa do bem e do mal

Nesta curva tão terna e lancinante
que vai ser que já é o teu desaparecimento
digo-te adeus
e como um adolescente
tropeço de ternura
por ti

Alexandre O'Neill

terça-feira, 14 novembro, 2006  
Blogger Unknown said...

Maximus - I knew a man once who said, "Death smiles at us all. All a man can do is smile back." in O Gladiador

Arô !

Gostei do teu texto, mas ao contrário de ti, prefiro viver sem esse medo, prefiro viver com cuidado e apenas estar preparado para 'retribuír o sorriso', quando a morte chegar !

bjos ! *

terça-feira, 14 novembro, 2006  

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