quinta-feira, janeiro 18, 2007

No Domingo decidiste visitar-me. Não aparecias já à algum tempo,a tua ausência fez-me sentir imune de qualquer traço teu - mal sabia eu que a tua vinda estava para breve. Chegaste e deixaste em mim a tua marca, de tal forma que só hoje pude sair de casa, só hoje me sinto capaz de cumprimentar o frio que se faz sentir lá fora.Só hoje deixei para trás quatro dias monótonos em que a cama e o sofá foram o meu chão. Só hoje deixei para trás a televisão (a tempo inteiro), o termómetro (que por várias vezes deixou bem explicito os meus 38,5ºC), os lenços de papel,o chá com mel (bem...deste ainda necessito),as mantas e os muitos casacos - os meus mais fieis companheiros (e meus salvadores também) e sei-te a roer de raiva por eles me terem ajudado a derrotar-te. Sei-te ainda melhor, com ainda mais fúria sempre que recebia mimos, eu ria-me de ti sempre que o meu pai, mal chegava a casa, vinha com ar de preocupado saber se eu estava melhor e acaba por dizer (sorrindo e com um ar mai leve) "Ah tu já estás melhorzinha!",sempre que a minha mãe me dava algo para diminuir a febre ou quando me punha a mão (ou os lábios quando estas não eram fieis) na testa por vezes a ferver, sempre que durante a noite a porta ficava aberta e tu te vias cercada,sabendo que não me poderias golpear tanto assim durante a noite porque qualquer gesto,qualquer palavra acordava quem estava a minha volta (mas mesmo assim arriscaste e foi durante a noite que mais me atacaste).
Ontem quando sem piedade me tentaste derrotar, mostraste a tua bruta cobardia, ainda estava eu meia ensonada quando resolveste pôr-me inconsciente e mandar-me para o chão (azar o teu,que eu cai em cima da cama) e mesmo nessa altura os meus pais estavam lá e não te pouparam, mais do que eu eles tinham consciência do teu golpe baixo e lutaram contra ti (qual Sir Lawrence da Arábia) de tal forma que ontem quando fui ao médico ele deixou bem claro que não eras nada de preocupante...apenas fruto da época.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

O facto de te amar desta forma parva faz com que determinadas coisas insignificantes me queimem por dentro.
Penso em ti mais do que uma vez por segundo. Necessito saber como te encontras. Choro quando me olhas de uma forma diferente.
É por tua causa e apenas por ti que me sinto egoísta, isto porque invejo o que te rodeia. O teu trabalho,as pessoas que fazem parte do teu mundo. Queria ter-te comigo sempre, todos os momentos. Por ti,quiça,desistia dos meus sonhos,só para ficar abraçada a ti para sempre. Tudo só para ter a certeza que estás sempre a sorrir e asegurar-me de que nada te magoa, de que não choras nem só para ti. Julgas que não mas eu entendo-te como ninguém e a ninguém. Eu sei que choras para ti, que gritas para dentro. Que quando a dor,sem piedade, se espalha por ti a guardas até não poderes mais. Eu aprendi a viver-te. Eu sei claramente cada lugar teu. Conheço-te até de olhos fechados, melhor do que me conheço a mim.
Independentemente desta vontade de ser apenas eu na tua vida, de invejar quem te rouba de mim,e achar que apenas nós as duas e família chegava,eu gosto de todos os teus amigos,do teu trabalho,só pelo simples facto de serem a tua escola. É um sentimento de protecção,não de maldade. É um sentimento tal como de uma mãe para uma filha...Tal como de filha para mãe.

terça-feira, janeiro 09, 2007

Vou viver até não poder mais.
Matar a tristeza se em mim existir. Embrulhar todos os relógios em algodão,para não ouvir o barulho dos ponteiros e vou colocá-los numa gaveta,fechá-la a chave e perder a chave.
Não vou parar e a vida não vai ter tempo. Vou fazer tudo o que me fizer sorrir.
Vou atirar-me de cabeça para o abismo que é o amor.
Vou nadar no mar da paz e afogar as injustiças.
Não quero saber de quem voou...não vou viver presa a isso.
Vou correr e sentir a liberdade, vou sentir a força de todos os escravos que (ainda) estão presos à terra e usados como nada's.
A justiça vou ser eu,eu vou ser a amizade e vou renegar à inveja e ao egoísmo,como até agora.
Vou ser a vida...e vou viver-me.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Hoje deparei-me com aquilo que menos compreendo. A morte.
Quando pelas aberturas do portão vi aquele que seria o transporte para a sua última viagem. Recuso-me a acreditar que quem morre não volta,porque só não volta se o deixarmos ir. E eu não deixarei. Sempre que entrar por aquela porta irei pensar em si,tenho a certeza. Mesmo que fossemos apenas conhecidos,fazia-me sorrir ,e isso era o mais importante. Nunca entendi onde ia buscar tantas piadas,só com um simples Olá inventava logo uma anedota. E assim será durante todo o tempo em que entrar por aquele portão.
Hoje,a primeira vez que olhei para a portaria desde que a vida chegou ao fim, eu posso garantir que o vi,ali,com aqueles olhos azuis e a fase descontraida (confesso,olhei para lá mesmo para o ver).
O que mais me custa é a forma como tudo acabou,morte é sempre morte (algo que não compreendo) mas não foi a vida que acabou porque o ciclo chegava ao fim,mas sim os problemas da vida que fizeram com que o ciclo ficasse incompleto... Se ao menos algum dia lhe podesse ter dito que a vida é o que de mais importante existe,e o amor (a ternura) supera tudo...se ao menos eu podesse...tanta coisa.

Recordo-me de si e sorriu,quem não o faz ?
Apesar da forma como acabou tudo,da certeza de que o que fez não foi o correcto ( ainda que eu não saiba o que o levou a cometer tal loucura) eu não o julgo,afinal foi a solução que arranjou. Agora tenho é de lembrar-me que tive o prazer de lhe desejar "Bom dia"/"Boa tarde" (consoante a ocasião) durante mais de um ano.


Espero que nesse lugar a vista seja bonita...espero tudo de bom para si!


Um sorriso para a vida...a minha eterna companheira !

terça-feira, janeiro 02, 2007

' Um amigo é um bem,
Um tesouro que se tem!
Sois vós luz de estrelas
Que me guiam mais além!
São momentos bons e maus
Nesta estrada percorrida!
E digo mais: não vos trocava
Por nada desta vida !

E talvez um dia
Chegue a hora do adeus;
Deixar-vos-ei com pena,
Amigos meus !
Mas mesmo longe
Vós estaisperto,
Ao pé de mim
Pois entre amigos é assim!

Um amigo é um irmão,
Nosso pensar, nossa mão!
Meus amigos, estais aqui,
P'ra vós canto esta canção!
Tempo voa nestes instantes
E já estamos de partida!
Digo mais: não vos trocava
Por nada desta vida! '


Esta música acompanhou-me desde sempre. E hoje dedico-a a alguém que descobriu,ainda que tarde,a felicidade de se ter amigos.
Ana Filipa,minha amiga (porque és minha amiga de coração) que exista sempre Sol na tua vida.
E a ti Cátia, também estou contigo !




Sorrisos,
Catarina